quinta-feira, 16 de abril de 2015

Depois desta breve introdução, irei de seguida apresentar uma série de especialidades culinárias viajando pelas diversas culturas e algumas etnias no panorama gastronómico de Moçambique, um país rico em culinárias, tanto tradicionais como de fusão. Quanto a mim, a fusão explora com mestria a arte de combinar determinadas culinárias com influências europeias, árabes, goesas, chinesas com a cozinha africana, sobretudo da extensa faixa litoral onde predomina ainda hoje uma enorme variedade de povos oriundos dos quatro cantos do mundo. 
Apesar de toda oferta gastronómica acima mencionada, tenho de destacar um género culinário em particular, o denominado caril indo-português (originário sobretudo de Goa), que fez e faz despertar todo o meu interesse relacionado com esta arte no ponto de vista da sua preparação e confecção, tal como na sua degustação, com todas as variedades de caris e toda uma panóplia de sabores e odores dos condimentos e especiarias sabiamente misturados. Segundo reza a história, a culinária indo-portuguesa teve o seu início logo após a chegada dos primeiros portugueses à costa da Índia, introduzindo na cozinha indiana uma série de produtos que até então eram desconhecidos por serem tabu nos usos e costumes locais, mas, quando misturados com os temperos e especiarias, proporcionaram-lhes odores e sabores à simples cozinha portuguesa fundamentalmente dominada pelos cozidos, grelhados, salgados e fumados, dando origem a alguns pratos emblemáticos do panorama gastronómico indo-português, os quais perduram até aos nossos dias, com a introdução das carnes de vaca e porco e uma variedade de vegetais e legumes e as famosas malaguetas picantes nos finais do séc. XVII, tornando este, sinónimo de comida indiana. 

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