Depois desta breve introdução, irei de seguida apresentar uma série de
especialidades culinárias viajando pelas diversas culturas e algumas etnias no
panorama gastronómico de Moçambique, um país rico em culinárias, tanto
tradicionais como de fusão. Quanto a mim, a fusão explora com mestria a arte de
combinar determinadas culinárias com influências europeias, árabes, goesas,
chinesas com a cozinha africana, sobretudo da extensa faixa litoral onde
predomina ainda hoje uma enorme variedade de povos oriundos dos quatro cantos
do mundo.
Apesar de toda oferta gastronómica acima mencionada, tenho de destacar um
género culinário em particular, o denominado caril indo-português (originário sobretudo
de Goa), que fez e faz despertar todo o meu interesse relacionado com esta arte
no ponto de vista da sua preparação e confecção, tal como na sua degustação,
com todas as variedades de caris e toda uma panóplia de sabores e odores dos
condimentos e especiarias sabiamente misturados. Segundo reza a história, a
culinária indo-portuguesa teve o seu início logo após a chegada dos primeiros
portugueses à costa da Índia, introduzindo na cozinha indiana uma série de
produtos que até então eram desconhecidos por serem tabu nos usos e costumes
locais, mas, quando misturados com os temperos e especiarias,
proporcionaram-lhes odores e sabores à simples cozinha portuguesa
fundamentalmente dominada pelos cozidos, grelhados, salgados e fumados, dando
origem a alguns pratos emblemáticos do panorama gastronómico indo-português, os
quais perduram até aos nossos dias, com a introdução das carnes de vaca e porco
e uma variedade de vegetais e legumes e as famosas malaguetas picantes
nos finais do séc. XVII, tornando este, sinónimo de comida indiana.
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